terça-feira, 10 de junho de 2025

Estação Ferroviária de Paranaguá


Ali, onde o tempo respira devagar,
fica a estação esquecida por pressas modernas. Muros antigos contam histórias sem palavras, e os trilhos, agora quietos, ainda sabem de cor
os segredos que os trens carregaram.

É de Paranaguá que partiam sonhos,
empilhados em vagões de madeira,
com cheiro de café e saudade.
Chegavam cartas, chegavam esperas, e cada apito era promessa — ou adeus.

Os olhos das janelas ainda vigiam o cais,como quem espera por um retorno impossível. A brisa salgada do mar mistura-se à bruma da serra,
e o ferro frio dos trilhos
é cicatriz do tempo.

Hoje, turistas passam, curiosos, apressados, sem ouvir os ecos antigos dos viajantes. Mas quem para, quem sente, quem ouve — pode escutar o coração da estação batendo, lento, profundo, eterno.

__EzequielFerreira
@paranaguaemfoco